terça-feira, 17 de agosto de 2010

ENCONTRÃO DAS MULHERES INDIGENAS

“A luta das mulheres indígenas pela igualdade de direitos e qualidade de vida para seis povos”

No ritmo do toré, da acolhida e da diferença de povos na mesma luta por seus direitos que aconteceu o Encontrão Regional das mulheres Indígenas do Regional Leste, de 13 a 15 de agosto de 2010, na Aldeia Caramuru – Pau Brasil – BA.

O objetivo deste encontrão foi aumentar os movimentos das mulheres Pataxós hã hã hãe dalí daquela aldeia, favorecer a unidade e resistência de povos na luta por suas terras e chamar a atenção das mulheres para saírem do pé do fogão e entrarem na luta pela terra. Para isto, precisam dividir os trabalhos de casa com o homem para que o cargo de cuidar dos filhos não fique só com as mulheres. Diziam com convicção que “a luta não é só do homem, mas das mulheres também, elas tem sua parte na luta pala terra”. As mulheres mostram sua capacidade de luta e se preparam através de cursos, estudos a tantos outros tipos de formação para se aperfeiçoarem cada vez mais e estarem mais inseridas nas lutas.
As mulheres indígenas diziam que estavam orgulhosas por estarem juntas organizando suas lutas e buscando seus direitos. Outra coisa que uma índia Pataxó hã hã hãe falou é que as mulheres fazem muito bem, mas não podem fazer tudo. Não podem aceitar fazer o que não é trabalho delas.
Dona Maria,(da aldeia Tupinambá) a mãe de Glicelia que está presa com um filhinho de quatro meses, desabafou perguntando onde estão os direitos, porque sua filha e outros parentes estão presos injustamente e ainda não foram liberados. Dizia também, que o fato de seus parentes estarem presos não é motivo de esmorecerem na luta, pelo contrário, agora vão lutar com mais garra e valentia. Foi muito interessante perceber a solidariedade das aldeias vizinhas com a família de Dona Maria. A Dr. Denise, formada em Direito, diziam que Glicelia não está sozinha, “todas estamos com ela e que todas somos Glicelia”.
Foi muito bom pode ter participado deste maravilhoso encontro com as mulheres indígenas, quilombolas e assentadas (MST). Aprendi com elas um pouquinho mais o que é ser mulher de luta e atenta à realidade e necessidades do povo de Deus.
Maria Lucélia

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Uma irmandade chamada Provincia São Francisco de Assis. Um grupo de 105 mulheres de várias etnias e regiões desse país chamado Brasil. Estão presentes em vários países desse globo. Tem como opção de vida seguir Jesus Cristo ....

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