Santissima Trindade

Celebração da Santissima Trindade da Arquidiocese de Curitiba-PRFesta das comunidades, coração da Trindade Santa

No próximo ano comemoraremos os 50 anos do Concílio Vaticano II, o grande momento de renovação da Igreja realizada pelo sopro do Espírito, como dizia João XXIII.

Uma Igreja Povo de Deus, inserida no mundo. As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) são o jeito de ser Igreja mais próximo do espírito do Vaticano II, da tradição que neste continente surgiu a partir do Concílio (Medellín 15,10; Puebla 96; 641ss; Aparecida 178ss), dos documentos oficiais da Igreja no Brasil e na América Latina, que insistem na transformação das paróquias em redes de comunidades de rosto humano, afetivo.

CEBs é a menor parcela do povo de Deus onde há: a) experiência das relações interpessoais da fé; b) aprofundamento da Palavra de Deus; c) participação na Eucaristia; d) comunhão com os pastores da Igreja; e) compromisso com a justiça.

As CEBs têm colaborado na renovação das paróquias e dos vários processos pastorais, no sentido de uma crescente comunhão e participação. Na prática de sua vida, elas têm encontrado caminhos de uma evangelização, catequese e liturgia encarnadas, ligadas à Palavra de Deus. Em sua “fome e sede de justiça”, têm encontrado caminhos de uma prática ecumênica concreta. Desenvolvem, ainda, um fenômeno de intercomunicação participativa e da formação do senso crítico diante da massificação dos meios de comunicação. São uma alternativa de educação para os que buscam uma sociedade nova, onde o individualismo, a competição e o lucro cedem lugar à justiça e à fraternidade (cf. doc 25 da CNBB, n 40).

O novo que as CEBs trouxeram foi o fato de oferecerem, dentro da Igreja, um espaço para o próprio povo simples participar da evangelização da sociedade através da luta pela justiça (doc 25 da CNBB, n 63).

CEBs não são movimento nem pastoral, mas novo jeito de ser Igreja. CEBs é a integração de famílias cristãs, mulheres, homens, idosos, jovens e crianças, que, no lugar onde moram, procuram viver relações fraternas de partilha, entre ajuda e solidariedade, na vida civil e na vida de fé, porque são pessoas da Igreja. De base porque é formada pelo povo simples que forma a base da Igreja e da sociedade.

Em outras palavras, CEBs são o Povo de Deus, que se organiza, descentraliza o poder, divide tarefas para que todos tenham a possibilidade de participar e decidir. E, assim, buscam melhorar a situação de vida própria e de outros na mesma situação. São o fermento profético na busca de uma nova sociedade justa e solidária.
A Santíssima Trindade é a mais perfeita comunidade. Por ocasião desta festa, celebramos o Dia Nacional das CEBs.
Neste ano, temos como lema “A força da Trindade a serviço da justiça e profecia”.

Pe. Jaime Schmitz