DO QUINTAL AO ALTAR

 Desde que ingressei na Congregação tenho ouvido essa expressão. Na minha trajetória missionária a expressão ganha relevância e suscita questionamentos, porque inserida nas dioceses, paróquias e comunidades, sempre foi me incumbida muitas atividades ao mesmo tempo.  Até que chegou o momento de dar centralidade na minha ação pastoral-missionária e no meu jeito de ser IRMÃ CATEQUISTA FRANCISCANA. Enfim, não era polivalente e nenhuma super-mulher, foi então que tomei consciência de que o caminho era contribuir na formação de discípulos-missionários. Possibilitar e favorecer o seguimento de Jesus Cristo, através de um projeto mais abrangente de formação, A INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ, no qual a catequese faz parte.

Acredito que A CONQUISTA DESSA CENTRALIDADE é muito importante e nos permite crescer na qualidade daquilo que fazemos não como meras executoras de tarefas, mas porque somos capazes de deixar em cada ação a marca peculiar do nosso carisma, do nosso jeito de SER IRMÃ CATEQUISTA FRANCISCANA, isso faz toda a diferença. Mesmo porque não buscamos nos aperfeiçoar somente para garantir a estabilidade e segurança material, enquanto instituição. Por isso a necessidade de aprofundar a OPÇÃO FUNDAMENTAL pelo seguimento de Jesus Cristo Crucificado-Ressuscitado, talvez esse seja um aspecto relevante na hora de optar pela escolha do curso acadêmico e que configurará nossa postura diante das necessidades da Província, Igreja e sociedade.

Portanto, faltando um mês para a realização do XIII Capítulo Provincial, é bom suscitar essa reflexão e nos dar o direito de opinar e contribuir para que juntas busquemos caminhos, num contexto cada vez mais plural, exigente e desafiador para a  vivência dos valores cristãos, através da vida consagrada.  Num contexto marcado pelas diferenças, tons e matizes nos envolvem numa ciranda colorida em que damos visibilidade as várias nuances e facetas de um CARISMA originado no mistério Trinitário. Você é convidada a entrar na dança e com seu gingado dar o colorido e a cadência necessárias para que a beleza e alegria sejam contagiantes, e originais, manifestação de um Deus que nos ama na totalidade e possibilita partilhar da   inteireza do nosso SER.   

Que a centralidade do seguimento do Cristo Crucificado-Ressuscitado seja o ritmo que mantém a harmonia e a cadência dos passos, portanto, nunca percamos de vista a inspiração fundante, o encantamento inicial, a escuta, a vigilância, para que juntas possamos protagonizar um espaço alternativo de comunhão na diversidade, na ciranda da vida, da justiça, da fraternidade.

General Carneiro, 23 de novembro de 2011.

Ir. Zélia Maria Batista