sexta-feira, 18 de novembro de 2011

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - 20 DE NOVEMBRO

 Estamos na semana da consciência negra – 20 de novembro. O que significa esse advento na sociedade brasileira no século XXI?

A primavera do povo negro sempre foi de luta, desafios, resistências e conquistas. Suportaram o peso da escravidão, mas não se renderam. Muito pelo contrário, se rebelaram. Essa é uma forma de dizer “somos fortes”, ou seja, ninguém pode matar o sonho de um povo!

A grande homenagem ao rei zumbi se expressa nas lutas de hoje. Zumbi não morreu, ele vive em cada negro/a que luta.

Celebrar o 20 de novembro significa retomar as rédeas  da história e trazer a memória a experiência de vida que nossos antepassados deixaram como legado. É um passado muito presente, almejando um futuro promissor.

Quando falamos de consciência negra, não nos referimos apenas a grupos afros que se apresentam no palco das escolas, das igrejas, das universidades e dos teatros etc. É muito mais do que isso.  Significa ver com os olhos do coração a partir de uma consciência que é negra, de uma identidade negra e de uma cidadania que está sendo reconstruída com o protagonismo afrobrasileiro. Esse novo tempo desponta nas comunidades quilombolas, nos terreiros de candomblé, nas conquistas coletivas contra o racismo e discriminação, nas inúmeras organizações das mulheres negras, no meio da juventude com suas iniciativas contra a morte, nas expressões da beleza negra, nos encontros de formação e tantos outros. 



 

Tornar – se negro é um processo desafiador é viver a experiência de ter sido massacrada/o em sua identidade, confundida/o em suas expectativas, submetida a exigências absurdas além de ser constrangida com expectativas alienadas. Foram séculos de negação. Por essa e outras razões nem toda pessoa negra aceita essa identificação, essa identidade, esse reconhecimento, essa história.

O Censo de 2010 revelou que 51,1% da população brasileira se auto definiram afrodescendentes. Isso significa que o cenário na questão racial está mudando, graças a força do movimento negro, pastorais, entidades, e grupos afro em conseqüência das políticas públicas brasileiras que tratam de valorizar a identidade de negros e negras através dos programas e ações voltadas para essa população.

Portanto, ter consciência negra é não banalizar a cultura afro, é respeitar as religiões de matriz africana, é lutar por políticas de promoção da igualdade racial, é dizer não a morosidade das autoridades em relação a titulação  das  comunidades quilombolas, é combater todas as práticas racistas  que estão a nossa volta. É assumir o espaço na Igreja e na esfera pública, é lutar pelo direito a terra, moradia, educação e saúde.

É importante avaliarmos se o nosso discurso e nossas ações não estão demonizando Zumbi e santificando a princesa Izabel.

Essa é uma caminhada de negros, brancos, índios e demais etnias. Foi o caminho de Zumbi ontem e do povo brasileiro hoje.
Axé!
Irmã Silvana S. Gomes

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Uma irmandade chamada Provincia São Francisco de Assis. Um grupo de 105 mulheres de várias etnias e regiões desse país chamado Brasil. Estão presentes em vários países desse globo. Tem como opção de vida seguir Jesus Cristo ....

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